Posso afirmar que o estudo da música, através do movimento, tem um valor educacional imensurável. Assim como a aplicação da música na formação da criança em tenra idade abre um leque de possibilidades no desenvolvimento infantil. Vejamos que estejam presentes nestas duas situações, o movimento rítmico – através de jogos rítmicos, o canto, a percussão, a construção de pequenos instrumentos sonoros, parlendas rítmicas, audição, e treino auditivo .

Para as crianças em idade escolar, o movimento rítmico, através de jogos e estórias infantis, possibilitam o uso da imaginação e do fazer musical através dos sentidos. A experiência física dos elementos básicos musicais, presentes nestas atividades, faz com que a criança faça descobertas, através de suas vivências, acumulando impressões, e sobretudo treinando o seu ouvido e aprendendo a pensar por si própria. Além de termos através desta experiência, a realização física, emocional e mental no processo de seu desenvolvimento.

Sempre ouço dos professores a quem ministro treinamentos, uma preocupação em como organizar as atividades em aula para tirar melhor proveito, assim como qual a melhor forma de fazer um planejamento que seja prático, divertido para as crianças e rico do ponto de vista educacional e musical. Posso garantir a todos, que demanda experiência, pesquisa e conhecimento.

Todas as lições iniciam-se com anotações em um pedaço de papel, ou se quiserem em seu computador ou tablet. Isto não implica em um esboço estereotipado, uma vez que o professor deve sentir quando deverá desviar-se do plano e seguir o aluno em seus interesses. Mas ainda assim é possível conservar os objetivos pré-estabelecidos. Já que cada aluno, ou cada grupo é único, e o plano deverá ser bem pensado, em relação ao que os alunos necessitam. Ainda assim, o formato do plano precisa ter exercícios, jogos rítmicos e jogos musicais, e também dar oportunidade à cada criança, para sua própria criação.

Desta forma, cada plano de aula deve incluir: algo que dê liberdade física e mental ao aluno; algo que seja físico (mas que torne o corpo um instrumento flexível, adaptável e eficiente), algo com objetivo exclusivamente musical, técnico.

A música precisa dominar a aula, e uma atividade deve levar à outra, em uma sucessão de pré-requisitos e elementos que possibilitem o crescimento das atividades como um grande todo, que vai evoluindo durante a aula até chegar no objetivo final, e que seja tudo entrelaçado em uma grande construção.

E ao final, se possível, um relaxamento, que seja mesmo físico, depois de toda estimulação física e musical. Vejam que pontos técnicos, devem ser apresentados em diversas aulas, de diferentes formas a cada vez, de forma criativa. O dinamismo da aula e do professor, a capacidade de interagir com os alunos, não encontra-se em livros, mas na experiência viva, de estar junto aos alunos, no ato de pensar em cada aluno e de se preocupar continuamente em inventar e adaptar, assim como seguir as reações de cada criança com inteligência e empatia.