Escola Tom Sobre Tom

Escola de música em Pinheiros e Vila Madalena

Porque usar a Rítmica de Dalcroze, os movimentos corporais, os jogos rítmicos? Parte 1

É notório o prazer que todas as pessoas encontram através do movimento rítmico. Independente da idade, todas as pessoas sentem-se bem quando se dão conta dos ritmos que animam seus corpos.

Sabe aquela música que faz com que você sinta vontade de acompanhar ritmicamente com pés e mãos?

Ou aquele cantor que consegue que toda a plateia bata palmas com ele e sua banda, em determinado trecho musical? Pois é, ele está interagindo com a plateia, com uma fórmula mais do que conhecida, mas que sempre dá resultados surpreendentes.

Isto sem falar no show de rock que em determinado momento todos elevam os seus celulares, acendem a lanterna do mesmo e balançam ao ritmo da música, todos juntos em um balé de luzes que parece que foi ensaiado.

Já as crianças, estas particularmente gostam de descobrir os ritmos que estão à sua volta, em seu mundo, e os expressam através da música. E não é à toa que parlendas fazem sucesso entre elas, desde sempre. Alunos de todos os níveis gostam de experimentar, explorar e encontrar novas formas de usar os seus corpos, e acompanhar ritmos.

Rítmica de Dalcroze os jogos rítmicos escola de musica em pinheiros
Aula de Jogos e Brincadeiras Musicais na Tom sobre Tom – Escola de Música

Mas o que é a Rítmica? É dança? Podemos chamá-la de dança? Certamente que não, uma vez que ela não é uma arte em si. Mas se usarmos a rítmica através de uma condução criativa e lógica, e sobretudo através da experimentação, ela pode vir a ser um meio de chegar a todas as artes.

Dalcroze como professor de harmonia do conservatório de Genebra, propôs aos seus alunos que ouvissem os encadeamentos harmônicos, as cadências, não como uma experiência intelectual, mas sensorial. Não como fórmulas matemáticas, mas através das vibrações que provocam nas pessoas que os ouvem. Um momento de combinar as sensações auditivas – educar o ouvido dos seus alunos e orientar a prática da arte antes de aprender a teoria. Segundo ele, existem três elementos dentro da música: as sonoridades, o ritmo e o dinamismo. E continua o seu pensamento nos dizendo que os dois últimos elementos, portanto, o ritmo e a dinâmica, dependem do movimento e encontram o seu modelo mais desenvolvido no próprio sistema muscular. Todas as nuances de tempo, se pensarmos em andamentos musicais mais rápidos ou lentos, (como allegro, andante, accelerando, ritenuto), assim como todas as nuances de energia, (como forte, piano, crescendo, diminuendo) veremos que todas podem ser realizadas através do nosso corpo. E vai mais longe quando nos fala que a sensibilidade de nosso sentimento musical depende da intensidade das nossas sensações corporais (Methode Jaques Dalcroze, La Rythmique).

Se analisarmos mesmo que superficialmente, os movimentos de contração e descontração de nossos músculos, mesmo que em atividades simples, corriqueiras, como a marcha, veremos que ela tem um ritmo próprio, realizado pelos movimentos citados acima. Assim sendo, normalmente inicio a aula de Jogos e Brincadeiras Musicais através de uma locomoção, que irá explorar à partir da música, tempos diversos e igualmente: nuances, gestos, diferentes formas de andar, para que os alunos se organizem ritmicamente e metricamente. E aqui cabe dizer que não espero que todos alunos reajam da mesma forma aos comandos musicais improvisados ao piano, visto que cada aluno trás em si mesmo uma bagagem grandiosa desde o seu nascimento, e que independente das habilidades motoras e maturidade emocional e intelectual, reagirá ao seu próprio modo. Não existindo o certo e o errado.

As demais atividades rítmicas que se seguem em uma aula de rítmica, incluindo jogos rítmicos diversos, é toda baseada em experimentos a que os alunos desfrutam de acordo com suas possibilidades individuais em um grupo que o acolhe e que divide entre si uma rica vivência musical.


Por Clises Marie Carvajal Mulatti  

Professora de: Piano Popular e Clássico, Especialista em Pedagogia do Piano através do Método Suzuki, Criadora do Curso de Jogos e Brincadeiras Musicais através do Método Dalcroze, e Diretora da Tom sobre Tom – Escola de Música, com sede própria desde 1996, que completa este ano 27 anos de atividades em Pinheiros, São Paulo, Brasil.

Certificate in Piano Pedagogy with Suzuki Emphasis, Holly Names College, CA, USA. Participação em Festivais de Música em Lima, Peru e Santiago do Chile.

Estágio prático em aulas do Método Suzuki na School of Strings, New York, USA, Louise Behrend , Sheila Keats, Maria da Graça Pereira.

Cursos da Pedagogia Dalcroze, The Julliard School, New York-USA com Bob Abramson;

Participação em aulas e Congressos Institut Jaques Dalcroze, Geneve-CH;

Dalcroze Workshops Longy School of Music, Massachusetts, USA com Lisa Parker;

Dalcroze Workshops at Carnegie Mellon University, Pittsburg, Pennsylvania-USA, com Marta Sanchez.

Cursos com Iramar Rodrigues, professor do Instituto Jaques Dalcroze, Genebra, realizados em São Paulo, Brasil e em Genebra, CH.

Tradutora do livro Jogos Rítmicos para Cognição e Percepção, de Robert Abramson.