Minha trajetória por Clises Marie Carvajal Mulatti

O assunto de hoje aqui, trás uma parte importante do meu caminho dentro da música.

Diante da minha paixão pela música e pelo ensino musical, muitas pessoas me perguntam como eu cheguei neste caminho. E como eu me dei conta de que seria esta a profissão que iria me realizar.

Estudei música desde os seis anos de idade, quando minha mãe se deu conta da importância do estudo da música para a vida! Fiz os anos todos de piano no conservatório, com a prof. Maria da Graça Pereira e aulas complementares com o compositor Osvaldo Lacerda. Paralelamente um curso com Luzia Benda, esposa do pianista Sebastian Benda, no próprio Conservatório, de Iniciação Musical para professores. Eu tinha aí treze anos! E assim aos quatorze comecei a ter alguns alunos, de piano.

Aos dezesseis anos, fui pela primeira vez como bolsista do Festival de Inverno de Campos do Jordão. O que se repetiu por mais dois anos em minha vida. Com aulas e ensaios com o maestro Eleazar de Carvalho, e outros tantos professores brasileiros e internacionais, além da convivência com alunos de todos os lugares!

Fui muito influenciada por este ambiente e assim me decidi pelo estudo da música como profissão ao final dos meus dezesseis anos.

Aos dezessete anos comecei a trabalhar na Yamaha Musical do Brasil. Como professora de Órgão Eletrônico. Foi assim que iniciei os meus estudos em música popular. Tocar órgão com a pedaleira completa como os grandes organistas faziam foi um novo aprendizado: anos de estudos, na época com o Renato Mendes. Neste mesmo ano, iniciei a faculdade de música no Instituto Musical de São Paulo. E continuava a dar aulas no próprio conservatório.

Sempre em busca de me especializar, fui para o CLAM, escola fundada pelo Zimbo Trio, e tive aulas com Adilson Godoy, Eliane Elias, Amilton Godoy.

Vocês podem se perguntar, tudo ao mesmo tempo? Foi! Um mundo de sonoridades e estilos que eu abraçava estudando, e sempre lecionando.

Acabei a faculdade, e fiquei anos trabalhando na Yamaha Musical e no CLAM, no qual comecei a lecionar também, deixando nesta época de dar aulas no conservatório.

Toquei em bares, fiz muitos shows de música popular. Trabalhei com Adylson Godoy.

Passaram-se alguns anos neste passo, até que saí da Yamaha, e iniciei um trabalho de musicalização em escolas como Chapel e Saint Nicholas.

Foi neste novo caminho que percebi que o aprendizado infantil por aqui, se dava de uma forma estacionária, igualzinho a anos atrás, daquele meu início de carreira. E por estar dando aula em escola americana, o material era muito diferente. O que as crianças recebiam dos Estados Unidos, em jogos, livros e discos era simplesmente fantástico!

Foi aí que eu comecei a viajar para a América, a buscar cursos a buscar materiais.

Apaixonada por jazz procurei estudar com professores locais. E a ouvir tudo o que podia desta linguagem!

Foi neste período que iniciei o trabalho na Tom sobre Tom Escola de Música, dirigindo-a.

Na parte dos estudos voltados para as crianças, participei do Programa Children’s Music Workshop, em New York. Foi um lindo trabalho, porque eu pesquisava a nossa música para usar com este programa.

Na Manhattan School of Music fiz workshops de Jazz.

Na Juilliard School of Music, passei a ser aluna especial, indo a cada ano nos cursos de Dalcroze.

Na Holy Names University fiz o meu treinamento Suzuki, me graduando no curso:
Certificate in Piano Pedagogy with Suzuki Emphasis. Na época, eu já vinha lendo e conhecendo a Filosofia Suzuki através de livros, mas ter a oportunidade de estudar com profundidade os seu métodos e estar com professores representativos da sua filosofia foi maravilhoso para mim.

Voltar ao Brasil, e continuar me relacionando com eles, por vezes convidando-os para dar cursos na Tom sobre Tom, foi uma parte importante deste processo. Trouxe a prof Roberta Centurión e por algumas vezes a prof Caroline Fraser.

Fui aluna de Dr. Robert Abramson, na Juilliard School of Music, New York. O que me possibilitou e permitiu que eu traduzisse seus livros.

Nos estudos da Rítmica de Dalcroze, segui visitando outros professores, como Martha Sanchez na Carnegie Mellon University, Pittsburg, Pennsylvania, USA; Lisa Parker na Longy School of Music, Massachusetts, Boston, USA; Iramar Rodrigues no Institut Jaques Dalcroze, Genebra, Suíça.

Este foi o meu caminho: amor à música, aos meus alunos e à minha profissão.

Tenho plena certeza que no trabalho que escolhemos é preciso ter afinidade, paixão e amor! Pois conviveremos com ele todos os dias, se não for para sempre, por um longo período de nossas vidas. Exige dedicação e comprometimento, responsabilidade e integridade.