O aprendizado musical
Como todo o aluno que inicia o estudo de um instrumento, alguns aspectos individuais do desenvolvimento precisam ser observados cuidadosamente.
1 – O sensorial
O estudo da música deverá ser iniciado através do sensorial para obter-se o resultado desejado. Esta é a grande diferença que encontramos no desempenho dos músicos profissionais, onde o sensorial desenvolvesse de maneira extraordinária.
2 – A leitura
Ensinar música somente pelo princípio da leitura musical poderá deixar de lado todo o aspecto de sentir a música, de interpretá-la, vivê-la no seu íntimo, ou até mesmo de ter o balanço necessário para tocar.
3 – A vivência musical
A leitura musical só serve como referência para quem “vivenciou” os sons, os ritmos, os exercícios de coordenação e estimulação, onde os músculos, assim como todo o aparelho neuro-motor foi considerado. Desta forma não importa a idade da pessoa que estuda música, ela precisa primeiramente ser submetida a um processo de sensibilização, onde o que for captado através dos sentidos se transformará em sensibilidade.
4 – A atenção
Os alunos devem ser preparados através de vivências musicais que o envolvam de acordo com a faixa etária. Recomenda-se a utilização de exercícios específicos para captar a “atenção”, que com aprofundamento e tempo transforma-se em concentração.
5 – Os jogos musicais, os estímulos
É indispensável o trabalho de jogos de vários tipos, que envolvam a postura, como a caminhada, a corrida, e outros exercícios que desenvolvam o controle muscular. Utilizam-se estímulos rítmicos, fraseado musical e outros. Nas aulas grupais ou individuais, exercícios que levem em conta: a reprodução rítmica aliada à movimentação rítmica/corporal, o solfejo cantado (aliado ao trabalho corporal), o trabalho de dissociação, a reprodução sonora envolvendo intervalos definidos, entre outros.
O professor poderá propor jogos com bolas (de diferentes tamanhos), jogos de percepção auditiva e
percepção visual, jogos de atenção, de prontidão, ou seja, que exigem respostas “físicas” com relativa rapidez. Isto tudo faz com que o aluno desenvolva o seu lado sensorial e não somente o intelectual.
Exercícios que envolvam a percepção de acordo com a altura musical, associados à pré-leitura, entoação dos sons, levam o aluno a “intuir” e a aprender a leitura musical de forma mais natural.
6 – A musica como linguagem
A música é uma forma de linguagem. Nenhuma criança aprende a ler e escrever antes de falar. Depois de ouvir e falar (partes diferentes do cérebro são estimuladas), ela irá aprender a escrever (o que envolve a visão e toda uma capacidade motora) para depois chegar à forma correta de falar e escrever, através de regras gramaticais.
A linguagem musical deve ser desenvolvida desta forma, afinal este é o processo que os músicos utilizam
para aprender a tocar em solo ou grupo.
7 – O aprendizado musical, uma arte!
Aprender música é muito mais do que tocar um instrumento. Assim como tocar um instrumento não é só ler e acertar as notas musicais. Aprender música é vivenciá-la, e fazer música com criatividade e arte. Afinal, a música é considerada uma das artes mais sublimes, completas e complexas!.
Por Clises Marie Carvajal Mulatti – Certificate in Piano Pedagogy with Suzuki Emphasis, Holly Names College, CA, USA. Cursos da Pedagogia Dalcroze, The Julliard School, New York-USA com Bob Abramson; Institut Jaques Dalcroze, Geneve-CH; Longy School of Music, Massachusetts, USA com Lisa Parker; Dalcroze Workshops at Carnegie Mellon University, Pittsburg, Pennsylvania-USA, com Marta Sanchez. Cursos com Iramar Rodrigues, professor do Instituto Jaques Dalcroze, Genebra, realizados em São Paulo, Brasil.
Professora de Piano, Piano Suzuki e Curso de Jogos e brincadeiras musicais Tom sobre Tom – Escola de Música.