Escola Tom Sobre Tom

Escola de música em Pinheiros e Vila Madalena

compositor Villa Lobos

O inesquecível e inigualável compositor Villa-Lobos

Na data de hoje, 5 de março, dia do nascimento de Villa Lobos, gostaria de falar algumas palavras sobre este admirável compositor, maestro, músico, como profunda admiradora que sou de sua obra.

Heitor Villa-Lobos, nasceu no Rio de Janeiro em 05 de março de 1887. Aprendeu violoncelo com seu pai desde pequeno, tendo em sua casa sempre ouvido boa música. Fascinado pela música popular, também estudou violão, saxofone e clarinete. Interessado pelos chorões, Villa- Lobos seguiu o curso de humanidades  no mosteiro de São Bento. O maestro gostava de frequentar os chorões e tocar em pequenas orquestras. Impulsionado por sua curiosidade, partiu para o Norte do nosso país, em busca de ver coisas novas. Voltaria ai outras vezes, em outras oportunidades. Apaixonou-se pelo foclore, retornando para o Rio de  Janeiro, onde estudou harmonia. Mas à partir daí Villa-Lobos foi autodidata completo. A ponto de ele mesmo dizer: “logo que sinto a influência de alguém, me sacudo todo e pulo fora”. 

É sabido que sua criação, através de sua obra, não trilhou um caminho fácil de aceitação. Os críticos, o público e a orquestra tiveram dificuldade em aceitá-la. Contudo, na  badalada semana de Arte Moderna de 1922, Villa recebeu carta branca para elaborar três programas, com primeiras audições, que fizeram sucesso. Assim como outros compositores que tiveram suas músicas apresentadas com destaque: Debussy e Eric Satie.

Foto: Revista Concerto

O pianista arthur Rubinstein e também o escritor Graça Aranha foram os incentivadores de Villa-Lobos, para que ele fosse à Europa editar e divulgar suas obras principais. O industrial do Rio de Janeiro, Carlos Guinle, forneceu o dinheiro necessário para manter Villa-Lobos nesta sua empreitada. Em 1923 Villa Lobos deixa o Brasil rumo à Paris, onde permanece por sete anos. Este período parisience é marcado pelas composições: Choros, Nonetto, e a admirável série de Cirandas para o piano.

Em relação à sua viagem à Europa, segundo o compositor José Antonio de Almeida Prado, Villa-Lobos não iria estudar ou pesquisar algo novo. Em suas palavras dizia: “eu não vim aprender, mas sim ensinar.”

Foi em sua maturidade, que Villa-Lobos deixou Paris, onde havia se estabelecido na Europa, e voltou ao Brasil, em 1930. Na época a temporada musical estava em baixa e Villa-Lobos, que não se conformava como a música era tratada nas escolas brasileiras, esboçou neste meio-tempo, um belíssimo plano de educação musical, entregando-o à secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

Foi desta forma, que um belo dia bateu-lhe à porta um oficial que o convidaria a ir no palácio dos Campos Elíseos, à fim de conversar sobre o seu plano de Educação Musical. E assim o compositor desistiu de voltar à Paris, para desenvolver o mais audacioso projeto de música nas escolas. Chegou a dirigir a Superintendência de Educação Musical e Artística. Através do canto orfeônico, que formava professores capacitados que levavam o conhecimento musical aos alunos, através do canto, com arranjos do próprio Villa-Lobos. Surgiu o Guia Prático, com obras didáticas incomparáveis, e arranjos únicos para vozes.

Na foto acima, vemos o livro de Vasco Mariz, A Música Clássica Brasileira, e a coletânea de CDs com a obra para piano de Villa-Lobos, gravada por Anna Stella Schic.

As Bachianas Brasileiras representam  a contribuição deste período no catálogo de suas obras mais conhecidas e mais importantes.

Foi em 1945 que visitou pela primeira vez os EUA. Nos anos seguintes, passou a apresentar suas obras nos Estados Unidos da América e na Europa. Anos depois, seria Nova York, que se transformaria em centro de suas atividades, onde completou os seus 70 anos. Recebeu muitas homenagens entre as quais a citação de Serviços Meritórios e Excepcionais da Municipalidade de Nova York. O jornal The New York Times, publicou em sua honra um editorial. Esta homenagem foi feita a poucos brasileiros na História. Nestes anos de sua existência, obteve grande reputação internacional, e foi quando compôs vários Concertos, pedidos por virtuosos desejosos de associar os seus nomes ao dele.  Criando para o piano, violoncelo, harpa, violão.  Sua obra, vastíssima, para piano, violão, orquestra e coro,  orquestra de câmara, sinfonias, suítes, peças infantis, e outras, é uma das mais sólidas da Música Brasileira.

Estas palavras foram apenas uma pincelada da caminhada deste compositor a quem o Brasil deve tanto! 

Fontes:

  1. A Música Clássica Brasileira,  Vasco Mariz
  2. Heitor Villa-Lobos – L’Oeuvre pour piano, Anna Stella Schic, Solstice
  3. José Antonio de Almeida Prado, em Encontros com Almeida Prado, Cursos Ministrados na Tom sobre Tom – Escola de Música.

Por Clises Marie Carvajal Mulatti – Certificate in Piano Pedagogy with Suzuki Emphasis, Holly Names College, CA, USA. Participação em Festivais de Música em Lima, Peru e Santiago do Chile. Observação de classes na School of Strings, New York, USA, à convite da Prof. Maria da Graça Pereira. Cursos da Pedagogia Dalcroze, The Julliard School, New York-USA com Bob Abramson; Institut Jaques Dalcroze, Geneve-CH; Longy School of Music, Massachusetts, USA com Lisa Parker; Dalcroze Workshops at Carnegie Mellon University, Pittsburg, Pennsylvania-USA, com Marta Sanchez. Cursos com Iramar Rodrigues, professor do Instituto Jaques Dalcroze, Genebra, realizados em São Paulo, Brasil.
Professora de Piano, Piano Suzuki e Curso de Jogos e brincadeiras musicais Tom sobre Tom – Escola de Música. Diretora da Tom sobre Tom – Escola de Música, que completa neste ano de 2021, 25 anos de atividades em Pinheiros, São Paulo, Brasil.